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Jair Gabriel lança a obra Amazônia, A Natureza em Destaque
Por Ermanna Cavazzoli em 3 de junho de 2017
Entender as telas do artista plástico Jair Gabriel da Costa como um trabalho “primitivista ou naif” seria reducionismo. Isto porque, se levarmos em conta a definição clássica do naif como uma expressão espontânea, desamarrada de método, livre de convenções e, não raro, envolta em uma aura de certa ingenuidade, a pintura de Jair Gabriel ultrapassa todas essas fronteiras conceituais.
No dia 5 de maio, o artista colocou no mercado o livro de arte Amazônia, a Natureza em Destaque, reunindo 129 telas, com um concorrido lançamento no Palacete das Artes (Graça). A obra gráfica traz o registro de parte da produção de um “caboco” nascido em 1950, na cidade de Porto Velho, Rondônia, filho de seringueiro, e que passou a infância e parte da juventude no coração da Floresta Amazônica. Autodidata, só começou a pintar aos 45 anos, já morando em Salvador.
Por meio da técnica do pontilhismo – na qual em lugar das pinceladas há o agrupamento de pequenos círculos que, meticulosa e pacientemente, são agrupados e ganham forma – ele conquistou, ao longo de mais de 20 anos de produção, o respeito e admiração de nomes como o artista plástico e cineasta Chico Liberato, da escritora Zélia Gattai e da conceituada crítica de arte Matilde Mattos.
É Matilde quem escreve: “A espantosa habilidade de desenvolver o pontilhismo promove o estilo e a qualidade da pintura de Jair Gabriel. Desenhados um a um, monocromáticos ou ganhando a superposição de outros em nova cor, os pontos do artista compõem, assim, os motivos, e tornam visível a paisagem ao fundo, imprimindo sombras e movimento à composição”.
Jair Gabriel
Amazônia, a Natureza em Destaque / Editora Capella
Lúdico e místico
As telas de Jair Gabriel têm o poder de cativar o olhar por trazerem uma profunda carga de beleza e mistério. As figuras são compostas em cores, ora vibrantes ora contidas. Sejam aves, plantas ou cenários tendendo para uma abstração figurativa, tudo se harmoniza na força da técnica dominada com maestria pelo pintor. Na percepção da artista plástica e acadêmica Graça Ramos, a temática de Jair Gabriel “retrata figuras carregadas de misticismo, que nos lembram histórias de selva. Estas são distribuídas simetricamente, rompidas através do jogo de cores, que criam um bom ritmo”.
Jair Gabriel, que teve o primeiro contato com o universo da pintura por meio do tarimbado artista plástico baiano Edson da Luz, conta que, desde o início, é movido pela intuição: “Quando uso uma cor, já sei qual será a próxima. Não estudei isso”.
É uma significativa parte deste universo que o livro reúne. Organizada por Ermanna Cavazzoli da Costa, curadora da obra do artista, a publicação traz informações sobre mostras realizadas, além de textos de artistas e outros especialistas, como Antonia Herrera, doutora em teoria da literatura e literatura comparada, e o jornalista e escritor Carlos Ribeiro.
“A surpreendente pintura de Jair Gabriel, feita de arte e invenção, viva e bela, me comove”. Palavras da saudosa Zélia Gattai.
Fonte: https://atarde.uol.com.br