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Pontilhismo: Saiba mais sobre essa técnica originada no movimento impressionista
Por Ermanna Cavazzoli em 17 de outubro de 2020
Também chamado de Neo-Impressionismo ou Divisionismo, o pontilhismo surgiu no século XIX após o período impressionista e graças ao ímpeto de Georges Seurat e seu contemporâneo Paul Signac.
Mas o que esse nome um tanto simplista realmente abrange? Continue lendo para descobrir as particularidades por trás dessa técnica e os grandes artistas que a tornaram popular.
O nascimento do pontilhismo
Em 1886 a palavra "pontilhismo" apareceu pela primeira vez em uma crítica do crítico de arte Arsène Alexandre. Mas então, do que realmente se trata o Pontilhismo?
O pontilhismo nada mais é que uma técnica onde o artista aplica com precisão pequenos pontos de cor individuais para formar uma imagem.
Artistas pioneiros
Houveram dois artistas principais que cuidaram da continuação da tradição pontilhista: Pierre Seurat e Paul Signac. Mas com eles, outros como Camille e Lucien Pissaro, Albert Dubois-Pillet, Henri Edmond-Cross, Théo Van Rysselberghe, Henri Matisse e até Van Gogh buscaram a inspiração que o pontilhismo trouxe para o mundo da arte.
Uma técnica de inspiração impressionista
Também conhecido como divisionismo, o pontilhismo é uma técnica sofisticada. Obriga nosso olho e mente a fundir e assimilar a cor em uma ampla gama cromática.
Trata-se de uma abordagem relativamente original, já que os toques pontilhados do pincel obrigam o observador a dar alguns passos para trás para ver o surgimento da obra como um todo.
Como os artistas impressionistas, os pontilhistas retratam paisagens e retratos; seu objetivo é pintar cenas relaxantes ao ar livre.
Em vez de misturar cores em uma paleta, os pontilhistas aplicam cores cruas diretamente na tela.
Usando toques redondos ou quadrados do pincel, a mistura de tons e pigmentos ocorre na superfície da tela à medida que trabalham, e não em uma paleta de antemão. Esta técnica foi uma ruptura completa com as práticas tradicionais do século XIX.
A teoria pontilhista afirma que os pontos só podem ser distinguidos uns dos outros quando se vê a obra de uma certa distância. Quanto mais longe você está, mais “completa” ela parece.
Graças a essa técnica que separa as cores aplicadas, algumas áreas da tela permanecem intocadas e ainda podem ser vistas. Isso dá ao trabalho um efeito ainda mais brilhante.
A beleza no uso das cores
Imagine o artista diante de um cavalete. Pincéis nas mãos, tubos de tinta por perto, tudo o que ele precisa fazer é pintar. No entanto, para executar o pontilhismo, o mesmo tem uma grande restrição. Ele terá que produzir sua obra sem misturar suas tintas na paleta ou na tela. Sim, parece desafiador.
Alguém pode se perguntar por que ao criar o pontilhismo os artistas se deram tanto trabalho. E a resposta é simples. Eles queriam revolucionar a arte e oferecer uma nova definição do que significa ser um artista. E para fazer isso, se fundamentaram em teorias científicas sobre o tempo e os fenômenos ópticos.
Charles Henry, um bibliotecário e editor francês interessado no assunto, escreveu um livro chamado Círculo Cromático, no qual demonstrou como o posicionamento de cores em um círculo pode ajudar a criar novas combinações de cores.
A partir daí nasceram cores complementares. Esse método é muito utilizado hoje, pois a busca pela harmonia envolve o uso de tonalidades complementares, como azul com laranja, vermelho com verde ou amarelo com roxo. Conexões cromáticas provocam contrastes fortes e até parecem acentuar a intensidade dos matizes que aparecem por si mesmos. As cores vibram juntas e refletem umas nas outras em lugares que você provavelmente não esperaria.
Saturação de Tons
O pontilhismo é caracterizado por uma saturação geral de tons. Esse uso explosivo de cores abriu o caminho para o fauvismo e o surrealismo. Os artistas usaram diferentes variações da mesma tonalidade sem misturar os pigmentos. Isso faz com que as telas pareçam mais suaves e menos agressivas visualmente. Além disso, o aspecto monocromático que foi desenvolvido, dá às obras pontilhistas uma dimensão adicional de complexidade e riqueza.
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