A arte de Jair Gabriel é toda voltada para a essência vital da natureza, reverenciada em cada tela. Sobre os motivos da fauna e flora amazônicas, prevalece na sua pintura a compreensão da natureza, cujo processo o artista apreende no pontilhismo estonteante das retícula. O desenho de JG é sintético, de uma simplicidade absoluta, e suas formas se repetem quase iguais nos quadros. A espantosa habilidade em desenvolver o pontilhismo promove o estilo e a qualidade da pintura do artista, que substituiu as pinceladas pelos pequenos círculos e com eles cobre toda a superfície da tela. Desenhados um a um, monocromáticos ou ganhando a superposição de outros em nova cor, JG compõe assim os motivos, e torna visível a paisagem ao fundo, imprimindo sombras e movimento á composição. Se pela constante variação de tamanho e cores das retículas para definir cada forma, o artista assegura a vibração do seu estilo, da observação apaixonada da natureza aprendeu lições repetidas na geometria excêntrica de sua teia que foge da exatidão para se adaptar ao espaço, na simplicidade do desenho em contraste com a exuberância do tratamento, e na incrível variedade dentro da repetição. Uma simples mudança de cor ou composição e os pássaros de JG ganham novo aspecto, como bichos da mesma espécie que nunca são iguais, exibindo cada um seu encantamento especial. Observar como as mudanças se efetuaram de um quadro a outro é experiência que não cansa, também semelhante á contemplação das criações da natureza. Pelo domínio incomparável dessa técnica que estimula o movimento e a atração das cores, JG imprime nova vida aos mesmos velhos motivos.
Desde Seurat, vários artistas recorreram ao pontilhismo. O que diferencia o trabalho de Jair é a combinação inusitada deste tipo de pintura com vertente popular do tema, desenho e composição. Pelo domínio incomparável dessa técnica que estimula o movimento e a atração das cores, Jair Gabriel imprime nova vida aos mesmo velhos motivos.